
Sou uma pessoa normal. É isto que te digo, menina
sem cantigas , que me desafiaste a esta exposição pública.
Tão normal como todas as outras pessoas e, por isso, com as minhas estranhezas que, por serem normais, me aparecem como coisas que são de mim e que sou eu. Contudo, às vezes são sem graça. Ou é assim que eu acho, porque me queria outra. Mas nem sempre… há dias em que me gosto.
E…
1. Tenho a lágrima fácil. Detesto ser assim porque dou comigo embargada à mínima coisa, seja de alegria seja de tristeza. Mas agora já não disfarço, pronto!
2. Gosto de fazer tudo muito bem feitinho mas sou desorganizada e depois ando sempre a dizer que não sou capaz, etc.
3. Passo a vida a “arrumar” a secretária mas nunca encontro as coisas quando as procuro;
4. Sou acelerada no ritmo: em alturas de nervosismo começo a falar tão depressa que os outros têm de fazer esforço para me perceberem (acho que isso já não tem remédio);
5. Não tenho paciência para ouvir pessoas que relatam tudo com detalhes e demoram o dobro do tempo que eu levaria a contar o mesmo;
6. Tenho dificuldade em lidar com as coisas do passado. E elas estão sempre atrás das portas, que não sei fechar;
7. Os desafios sorriem-me. Raramente lhes volto as costas, havendo umas alturas melhores que outras;
8. Embirro com o Outono. E ele comigo;
9. Fico insuportável nas vésperas de qualquer coisa que foge do trivial, embora vá dizendo que gosto de quebrar rotinas;
10. Não gosto de pedir nada a ninguém. É por isso que tenho sempre o dobro do trabalho… mas também isso já não tem cura!
E sei lá que mais! Haverá tantas outras coisas que os outros vêem e eu não!
E agora, menina
JP , menina
Leo, senhor
Carlos e senhor
Zumbido ... é a vossa vez.