Thursday, February 09, 2006

Hefestos



Vinhas como se fosses fogo e eras luz.
Recordo-te na pressa; revejo-te no sonho.
Trazias nos olhos um firmamento de palavras novas.
E eu nos meus o espanto.

Faminta, pus nos dias a forma dos sentidos
E espelhei-me neles sem aguardar. O mundo pertencia-me.

Recordo-me perdida num caminho em que o medo se cruzou com o amanhã;
Revejo-me nos lugares da hesitação.
Fingimento eterno este, o de querer acreditar.

Vi-te depois erguer a chama noutra direcção, enquanto me olhavas.

9 comments:

jp(JoanaPestana) said...

as labaredas tendem a procurar sitíos quentes, e gostam de uma acha de quando em vez para continuar crepitante, devias saber tu alma, que se retorce independente.
Ao contrário da hesitação, é a ocasião que faz o ladrão.
Se é que me entendes.

mfc said...

Tudo isso faz parte da vida... nós é que não queremos acreditar no que vemos.

Anonymous said...

é a lei da vida, 1º o fogo aponta p/nós, dps aponta noutra direcção. enqto a chama se mantém, acreditamnos, ñ é um fingimento vão...

Mónica said...

olhos azuis!

isabel mendes ferreira said...

(vim de lá há pouquíssimo tempo....da terra em si....:)) e o texto remete-me para o fogo da memória....aliás um belíssimo texto....em Creta dir-te-iam o mesmo....:)

beijo.

Maria do Rosário Sousa Fardilha said...

e sendo o amor um contentamento descontente, o fim dos amores é o quê?

jp(JoanaPestana) said...

um descontente contentamento?

Claudia Sousa Dias said...

Ou um descontente descontentamento. Pelo menos numa primeira fase.Argh...!Nem me quero lembrar!

Hefestos é fogo, Aphrodite nasceu das águas...

Ana G said...

Hefestos... o "diferente"...