Friday, February 24, 2006

Uma questão de olhar


Vagueio sempre sobre ruínas descarnadas
Enquanto as pérolas caem das folhas
Depois de uma noite invernosa.
Gostava de saber olhar o dorso de uma nuvem
Ou o levantar de uma maré de Agosto
Sem que os olhos duvidassem.

10 comments:

Carlos Estroia said...

"Enquanto as pérolas caem das folhas
Depois de uma noite invernosa."

Amanhece a Primavera
em botões de rosa que anoitecem em pétalas


São ciclos, é como a Lua
Duvidamos sempre da outra face, a escondida, mas dai nasce o mistério

Abraços

antónio paiva said...

.....é preciso acreditar que no meio das ruínas, pode encontrar-se uma pérola.....
Kiss

admin said...

A mancha do poema são dois barcos paralelos à beira do cais, ansiosos por se soltar para o ritmo concreto da aventura. É fina como gume de navalha a separação entre o rumo certo e a deriva. Valerá a pena o esforço da escolha?
Mas sim, há um dúvida no olhar: porque pode acontecer que o olhar veja o que lá está e não o que quer ver.

Anonymous said...

a realidade sentida de um simples olhar. Gostei da vida que destes à foto! Bom fim de semana!

Mónica said...

olha, costumo dizer que onde vivo há frio gelado e calor em brasa, e qdo está frio não acredito que possa haver tanto calor no mesmo lugar onde no momento sinto tanto frio, é como dizes não acredito que haja agosto em dias destes...
(faz as analogias que quiseres!)
gostei, é infinito o sentido

mfc said...

A realidade não é o que está lá, mas aquilo que se vê!

jp(JoanaPestana) said...

a duvida persistente cansa
mas todos temos as nossas defesas
:-)*

Rosalina Simão Nunes said...

"Gostava de saber olhar o dorso de uma nuvem
Ou o levantar de uma maré de Agosto
Sem que os olhos duvidassem."

...também gostava...

addiragram said...

Quem enuncia a beleza,desenha-a.

joaninha said...

As pérolas que são o orvalho matinal,
ou as lágrimas de nuvens tristes.
Mas têm sempre uma beleza sem igual,
igual à que está em mim, porque existes...
Beijinhos