
Para me entreter fui vendo o que havia à volta: expositores de livros – Estampa, Pergaminho, Europa-América… muitos deles para jovens, tipo “as minhas borbulhas” ou “será que estou apaixonada por ele”; mas também muitos “códigos…”. Uma parede cheia de canetas, lápis, afias, borrachas, caderninhos de papel reciclado e outros brindes. Do lado de dentro do balcão, na parede, duas bandeiras de Portugal e uns volumes de qualquer coisa como “tudo sobre o mundial” e outras coisas que a minha mente não conseguiu reter, tal era a quantidade de informação, embora olhasse para tudo a pensar para comigo “isto dava um belo post”.
“Não tem netinhos?” perguntava a senhora ao idoso que foi atendido antes de mim. “Compre um livrinho, já viu estes de pintar, até trazem lápis de cor”.
O outro empregado vendeu um pirilampo à idosa. Perguntou-lhe também se tinha netinhos. Penso que estes (e outros) idosos recebiam a sua “reforma”. Contavam duas ou três notas para ver se o dinheiro estava certo.
Depois a senhora pesou-me a carta, pediu-me a quantia e apontou-me os livros:
“Qual destes é que vai levar?”
“Nenhum”
“Não me diga que não vai comprar nada”
“Não vou comprar nada”
“Nem este?”…
Não ouvi mais nada. Acho que fui mal-educada, mas foi apenas porque saí.
À tarde ligaram-me para o telemóvel para me ajudarem a escolher a melhor tarifa.
Há dias era para ir levantar um prémio por causa de um inquérito a que respondi num hipermercado (respondi??).
Ontem à noite tinha posto fim a um telefonema de um banco (sei lá qual!) ainda antes do rapaz continuar a conversa, porque não uso cartões de crédito.
Na caixa do correio há correspondência afim, dia-sim, dia-não.
Na escola (sim, no meu local de trabalho), estava um casal sentado a uma das nossas mesas a chamar cada um de nós para publicitar um outro cartão de crédito, o mais vantajoso de todos. Nem me cheguei, mas ainda assim fui aliciada.
“Não”.
“Mas não tem anuidade, pode desistir ao fim de seis meses e ao menos ajudava-me a mim”.
Um dia destes passo-me!