Cada olhar tem uma dimensão própria, diversa, distinta; e nem sempre é o mesmo, o percurso que vai do olhar ao ver.
Mal seria se todos olhássemos as coisas pelo mesmo ângulo; certamente um sinal estático de estarmos aqui pelo facto de nos terem posto neste lugar colectivo.
O meu lugar é um lugar comum: o lugar dos olhos; lugar de coisas visíveis e de outras que são reflexos; ou reflexões; ou representações.
Mas nem sempre os reflexos do lado de dentro passam pelo semear das letras e nem sempre a sementeira faz germinar aquilo que não chegou a ser lançado à terra.
Tudo está, pois, no lançar dos olhos, havendo os que vêem melhor pelo lado de dentro; e os que não vendo, escutam os ecos; e ainda os que ficam a olhar as águas.
Às vezes o olhar dilui-se, espelhando a espera.
Mal seria se todos olhássemos as coisas pelo mesmo ângulo; certamente um sinal estático de estarmos aqui pelo facto de nos terem posto neste lugar colectivo.
O meu lugar é um lugar comum: o lugar dos olhos; lugar de coisas visíveis e de outras que são reflexos; ou reflexões; ou representações.
Mas nem sempre os reflexos do lado de dentro passam pelo semear das letras e nem sempre a sementeira faz germinar aquilo que não chegou a ser lançado à terra.
Tudo está, pois, no lançar dos olhos, havendo os que vêem melhor pelo lado de dentro; e os que não vendo, escutam os ecos; e ainda os que ficam a olhar as águas.
Às vezes o olhar dilui-se, espelhando a espera.
9 comments:
Uma complexíssima reflexão poética sobre a não menos difícil saga dos encontros e des(encontros) de olhares. Partir do "lugar dos olhos", lugar elementar e primeiro, será mesmo assim, partir do lugar dos teus olhos. Eles contém enfoques únicos ,mesmo que ainda sem outros reflexos ou reflexões... Se a eles se junta o dentro, a letra torna-se mais espessa
e única,e a dança que ela esboça por vezes, sem ainda sem a conhecer, salta como um lugar que ganha vida própria, oferecendo-se
às mais diversas intercecções dos olhares. Aquelas que às vezes também são precisas ao leitor para que ele possa, também, fazer nascer
uma outra história sua...
Olhar o olhar do outro é mesmo uma tarefa "impossível"!
Um beijinho para ti.
Ressalvo:... e a dança que ela esboça, por vezes sem ainda a conhecer, salta
como um lugar que ganha vida própria,oferecendo-se às diversas intercepções dos olhares. Aquelas que também são precisas, por vezes, ao leitor para que possa desenvolver uma
outra história sua...
Olhar o olhar do Outro é mesmo uma tarefa "impossível"!
Mas não teimaremos nós em só querer deixar germinar os olhos onde nos impõem?
bjs
Por vezes olhar o outro torna-se impossìvel,existem barreiras que transcendem o nosso querer,a nossa possobilidade.
Bom fim de semana
Bjs Zita
Caramba, o que fazes com as palavras, baralhas e tornas a baralhar e depois ando às voltas para reflectir no que escreves!
Beijos
Bom dia.
O meu olhar poisou por aqui também, vindo de uma conversa com um amigo comum, o António.
Agradou-me o espaço e as palavras escritas, aliadas à sua voz que ouvi mesmo há bocadinho, e já estou a imaginá-la.
O retrato, esse, fica comigo. Mas devo acrescentar que é encantador.
Vim pelo mesmo caminho e acho que ficava bem lá no nosso Jornal algumas Palavras em Linha.
A rapaziada sentia-se melhor pelo que aqui já lemos.
Contamos consigo, Professora.
A diferença não está no objecto que olhamos, mas sim no olhar que cada um de nós coloca nele.
Gostei de paasr por cá!
Bjs
a frase é um punhal.
CSD
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