Saturday, October 18, 2008

Enquanto os deuses proibiam o prazer

Blue nude - Picaso


Sei que não me alcanças as palavras
por mais que eu conjugue o verbo, ou diga os ecos das últimas sílabas;
Nem eu te alcanço o pensamento
aprisionado no silêncio dos cigarros fumados no quarto;
Difícil entrar nessa calma acesa e arredondar o espanto.
Difícil amansar os gumes da interdição sem magoar a crença.
Podíamos colocar as palavras sobre a mesa
correndo o risco de as deixar para sempre inacessíveis
Mas fizemos levedar os gestos.
Tocavas-me ao de leve, amedrontado ainda
e os olhos iam serenando na entrega
depois das ondas rebentarem no desenho do teu peito

10 comments:

mfc said...

Isso é nostalgia.
A mim tem o condão de me fazer sorrir...

Claudia Sousa Dias said...

é algo que fica sempre quando ainda sobram vestígios de uma memória que queremos a todo o custo preservar...

CSd

addiragram said...

O Cântico dos Cânticos ou, de como as palavras sabem rasar a verdade-

peciscas said...

È bom transgredir as proibições dos deuses.

Fatyly said...

e nós temos que contrariar os deuses...

CNS said...

O prazer interdito das Palavras.


um beijo

Carla said...

palavras que são verdadeiros desenhos...
beijos

CapoCosmico said...

HEYY!! tanto tiempo! paso por aca para dejarte un abrazo!
Leonardo Gauna

un saludo fuerte

K. said...

:)


que bonito...

Mar Arável said...

No amor os deuses somos nós

sem palavras

no ciclo das marés