Saturday, September 06, 2008

Ficcionar 2. (invertendo o começo)

foto de Elipse
... aliás toda a leitura é um processo interactivo e por isso tem de haver sedução na escrita. Ao contrário da realidade, onde não há leitores que interpretem nem tempo para observar, o relato não sucumbe ao tempo, esse furacão sem olhos.
Na escrita podes concretizar, preencher, inverter.
Mas não digas que ela sabia que a história tinha um fim. Deixa que os outros, os que lêem, acreditem na conjugação dos acasos, já que deles é feita toda a história e todas as histórias.
Reduz aquele fim à impressão causada pelo excesso de calor nos corpos ou simplesmente ao efeito dos ponteiros do relógio. E, de caminho, retarda as horas e alonga a descrição das cenas de amor. Se houver um sentido harmonioso e orgânico no texto o leitor constrói, não precisas de te preocupar com os detalhes. Todos os significados são múltiplos.
Não te esqueças porém, que há um lugar demarcado entre o que se passou e o que se disse; por isso apaga a fronteira, mesmo que violes as regras. É no reino do possível que se desenrolam as vidas.



5 comments:

Fatyly said...

puseste-me a pensar...mas também há vida nos impossíveis e lutar por eles é...o que sabes ESCRITORA!

addiragram said...

Fico à espera que sigas o teu guião!:)

Claudia Sousa Dias said...

Acho que nunca conseguirei escrevere a sério...


CSD

mfc said...

Nunca é preciso ser-se exaustivo nas palavras para transmitir sentimentos.

Mónica said...

tou a gostar