Monday, November 12, 2007

Ser mãe quando a filha é a Flávia


Acorda-se da letargia quando se pressente que o nosso torpor é um momento a menos na continuidade que é este correr cego, desejando-se ardentemente estar bem a toda a hora. Não que isso seja um desejo absurdo, pois a vida é curta demais para ser desperdiçada em intervalos. Mas às vezes há coisas que nos obrigam ao soluço encorajador. Um soluço solidário.

Quando penso que sou mãe de dois filhos normais e saudáveis, que seguem o seu percurso com objectivos, ultrapassando os obstáculos um a um pela sua capacidade de estar aqui, penso que por muitas coisas que me faltem para me sentir bem, essa parte, pelo menos, está cumprida.

Há uns anos li um romance de uma mulher que escrevia sobre a sua família na esperança de que a filha, em coma, o pudesse ler quando despertasse. Li-a porque gostava e gosto de tudo o que Isabel Allende escreve.
Por estes dias, por indicação deste blog, tenho estado a ler a história de uma mulher que escreve em circunstâncias muito semelhantes, mas com o objectivo de conseguir JUSTIÇA. Não creio que Odele espere um milagre, embora o sorriso da Flávia o merecesse, como o mereceria o sorriso de qualquer filha. Mas era bom que a sua luta fosse bem sucedida, ao menos essa…

11 comments:

mfc said...

É tão dolorosa a vida... mesmo quando só acontece aos outros!

Odele Souza said...

Você escreve tão bonito...
Tenho linkado no blog de Flavia todos os blogs que estão divulgando o blog de minha filha, seja linkando-o também, seja fazendo um post.
Posso linkar seu blog?
Gostaria também de sua autorização para mais tarde reproduzir lá no blog de Flavia este seu texto que me emociona.

Um abraço carinhoso.

Isabel Filipe said...

um belo post, em solidariedade para Flávia e Odele ...

palavras tão lindas as tuas ...

gostei muito ...

beijinhos

Elipse said...

odele, tem a minha autorização para o que me pede.
e vai daqui um beijinho meu, claro!

psique said...

a vida doi...
tal como tu adoro allende

peciscas said...

Como já sabes, para mim, o blog da Odele, é especial.
Fico feliz pelo facto de o meu post ter contribuido para que mais algumas pessoas conheçam aquele exemplo de coragem e de amor.
E tu, com a tua sensibilidade, estarás na primeira linha para entenderes esta mãe e a sua luta abnegada.

Fatyly said...

Li o blog todo de Flávia e realmente a justiça é uma injustiça.

Já comentei e parabéns pelo post!

Beijos

Fatyly said...

Também fiz um post e oaxalá que Odele consiga vencer a batalha pela justiça.

addiragram said...

Só de olhos abertos poderemos lutar contra a insensibilidade. Sabes sempre dizer com o coração!

Claudia Sousa Dias said...

Não li o Paula.

Mas desejo tudo do melhor para Odele e Flávia...

CSD

Mónica said...

já li o Paula há alguns anos e fiquei muito impressionada e fartei-me de chorar com a história, se nos alhearmos daquela realidade e lermos o texto "à nossa maneira" é na mesma de uma tristeza absurda.

não leio mais nada q se assemelhe