Monday, April 16, 2007

O carro do sol



o sol nasce cedo e eu acordo
depois as horas passam

depois começa a ser noite e o dia finda
hoje igual a ontem

amanhã igual a hoje
mesmo que as palavras sejam outras
ou os gestos possam ter a novidade da diferença.

tenho pena de já ter passado tanto tempo.
e o mar ali tão perto, a ficar para sempre
mesmo quando eu não estiver aqui.

invejo a permanência das coisas como se a culpa fosse delas
é duro saber que tudo fica…



10 comments:

Anonymous said...

escreves primorosamente bem e fizeste-me pensar!

Beijos

mfc said...

Não te espantes.
Acontece-nos a todos.

-pirata-vermelho- said...

O carro de guerra apareceu tarde e marcou a fronteira entre o iluminismo e a obscuridade - delimitou o combate do primata e anunciou a estratégia; permitiu e reparou o que somos.
Trata-se de um elemento subestimado na evolução da cultura a ocidente do India e a sul da Escandinávia. Então, ainda não existia o conceito de globo...

-pirata-vermelho- said...

Pre!
'preparou o que somos'


Queria eu dizer...


(desculpa)

AC said...

E devia ser um desperdicio ter pena enquanto se está...

un dress said...

não podemos

agora

deixar que o gelo

sobreviva:

vai

ser



verão...

*

Anonymous said...

as coisas...isso não me preocupa nada.

VdeAlmeida said...

Tudo menos nós

ivamarle said...

...eu acrescentaria: sem nós...

Claudia Sousa Dias said...

A tua poesia e a de Anthero Monteiro têm a mesma de uma beleza crua e desesperada...

Um grande beijinho

CSD