I
Deixo, em cima da mesa, um caderno em branco onde possas guardar,
Sempre que queiras, coisas da ordem do incomunicável ao próximo.
Depois da morte, voltaremos ambos a estas páginas
E procuraremos renascer no apagar das palavras.
II
O prédio está em silêncio, no seu repouso
Erigido à beira da estrada.
Sou capaz de imaginar alguma brisa,
Folhas de arbustos a correr assustadas.
No quarto ao lado, tu, adormecida e ausente,
Em sonhos. Levanto-me e apalpo
O trajecto reconhecido, a luz apagada.
(...)
VIII
Olho o poema, não me entendo na decisão do seu início.
Talvez o poema não comece exactamente na primeira palavra.
Talvez devêssemos virar tudo isto ao contrário.
IX
Deixo, em cima da mesa, um caderno em branco,
O meu recado. Vais fingir que eu nunca existi
E eu não vou voltar a procurar como dizer
Coisas que me doem. Depois da morte,
Talvez.
Luís Filipe Cristóvão
E se fôssemos todos a Torres Vedras, no dia 26 de Novembro à Livraria
Livrododia, para cumprimentar o
poeta?
3 comments:
Não seria má ideia não senhora!Obrigado pela tua visita e claro que adorei os teus poemas,aliás como sempre e a votação foi exactamente por isso :)
Beijinho grande***
não vou poder ir mas "Deixo, em cima da mesa, um caderno " com um obrigado pela partilha...
Não vai dar...
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