É um rosto no lado de lá, que me olha de cima, de lado, de frente, visão de todas as faces de uma coisa que se chama pessoa e que se olha às vezes como se fosse uma ilha, outras vezes apenas como um pedaço de realidade que se enquadra ou desenquadra, depende sempre do dia, da pressa do levantar ou do sentar à mesa para uma refeição mal mastigada.
É um rosto de olhos enquadrados, quase só olhos de olhar e o resto fica como que apagado pela direcção do foco que foca as coisas que não se vêem a olho nú.
É um rosto que fixa, que teima, que se fixa em teimosias feitas quimeras ou em pontos de fuga que permanecem nas telas inventadas e presas na imaginação a ponto firme. Rosto no espelho. Rosto visível. Ilha presa em marés nuas sem linhas de fuga.
3 comments:
:) observação poética, ou de como parar a olhar-se pode gerar um texto curioso
:))
quando o espelho nos inspira é bom sinal ... havendo uns dias melhores que outros...
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