Thursday, December 06, 2007

Voo sobre paisagem de mar

O Mar visto de Malta

Era a hora irreal do dia, a hora da bruma à beira-mar e dos sussurros dos búzios pousados nas areias; e eu a inventar realidades sabendo ser ainda cedo para o voo da tarde; mas já o céu cintilava, já a noite se vestia de sonho e as ondas soltavam-se de encontro à rocha, às escondidas.
Por ser a hora irreal do dia, a hora dos sonhos que desfazem todas as brumas e abrem caminho à invenção de todas as realidades, declarei que o voo se faria ao fim da tarde. A noite vestir-se-ia de marés soltas e aguardaria a chegada da manhã. A revelação poderia estar no lugar em que as rochas recebem as ondas e lhes abençoam a violência.

8 comments:

addiragram said...

...mas o voo não marca hora.Acontece num instante...
Já tinha tantas saudades de te ler!A revelação está nas palavras que lavam
de ondas a nossa "alma".

O'Sanji said...

Desalinhada
Que saudades!
E, porque acho que mereces, vai buscar isto (obviamente, se quiseres) ao http://planoalto-premios.blogspot.com/
Beijos

Claudia Sousa Dias said...

Olá elipse! Já há muito tempo que eu não aparecia por cá.

Mas é uma delícia chegar aqui e encontrar o mar e as tuas palavras que hoje te fazem irmã de Sophya...


Um beijo

CSD

mfc said...

A irrealidade da realidade, devidamente alinhada.

Fatyly said...

A noite vestir-se-ia de marés soltas e aguardaria a chegada da manhã.
...........
um olhar sensível!

mixtu said...

a revelação...
ora era oum voo a revelar.. será?

abrazo europeo

peciscas said...

Um momento de sonho e de fantasia, numa paisagem que o desperta.

Leonor C.. said...

Como eu gosto dessas horas irreais do dia em que os sonhos desfazem todas as brumas...
Beijinhos!


HOJE E AMANHÃ (uma nova casa)