Roma
Antecipo agora o nascer do sol completando as sílabas
Apago também os silêncios repondo a direcção nas asas
E lavro textos sobre jardins acabados de plantar
Recuso deitar-me hirta em lençóis de marés passadas
Planto musgo fresco sobre tapetes de folhas ressequidas
E sorvo o cheiro manso da neblina sobre ruínas entretidas
Invento estações novas para ultrapassar a rapidez do tempo
Digo ao espelho que espere apenas mais um pouco
E transpareço, nua, ao som da voz que sopra nos meus olhos
16 comments:
Apetece cantar o amanhecer! As folhas ressequidas e mortas não têm outro destino senão o de serem, realmente, enterradas. Um beijinho por este raio de luz-
São lindas palavras que alegram quem as lê.
Espero q as mercidas férias tenham corrido bem e que tenhas relaxado muito.
É sempre bom ter-te de volta e ler-te de novo.
Quanto ao texto está fantástico como sempre, muito sensorial, gostei.
e fiquei aqui, sorvendo esse verde-húmido de musgo fresco. Estes teus poemas feitos de tempo.
um beijo
É sempre bom quando nos recusamos a parar no tempo e no espaço.
Ficar hirto e imóvel é passar ao lado da vida!
o tempo de repouso trouxe-te de novo a leveza que colocas nas palavras, bendito o descanso que te fez tão bem ;-)
Do melhor que tenho lido em poesia nos blogues.
Parabéns pela qualidade com que escreves.
Bfds, beijinhos.
Magnífico...e tão suave!
O autor(a) deste blogue
É bonzinho
Ando a fazer uma pesquisa pelos meus poisos preferidos
ver a minha tese
http://ostiodoseurocs.blogspot.com/
Pareces que andaste perdida.
As férias sempre me ajudaram a ganhar forças
Pareces que andaste perdida.
As férias sempre me ajudaram a ganhar forças
Respiro contigo o nascer do sol sorvendo as sílabas
Semeio até nos silêncios bebendo a esperança das tuas asas
E espero que as rosas cresçam nos jardins que vamos plantando
Deleito-me em sonhos de marés vivas e profundas
Respiro musgo fresco sobre tapetes de flores renascidas
E sorvo o cheiro manso da neblina sobre ternas arqueologias
Descanso em estações novas para segurar a rapidez do tempo
Digo ao espelho que não espere nem mais um pouco
Porque danço, nua, ao som da voz que sopra nos teus olhos
(plágio)
"Invento estações novas para ultrapassar a rapidez do tempo
Digo ao espelho que espere apenas mais um pouco
E transpareço, nua, ao som da voz que sopra nos meus olhos"
lindo final!
:)
sorvo as sombras
e desenho a carvão
a letal pureza
dos traços
no espelho
...
Bom regresso!
Regressaste no teu melhor!
Beijinho
CSD
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