deitávamo-nos sobre as ervas dos pinhais em caminhos por onde ninguém andava; prometíamos futuro entre sorrisos e mãos enleadas e os beijos eram ainda um simples roçar de lábios, de tão verdes; usávamos rimas pobres para escrever poemas de amor em cadernos alinhados ao sabor dos sonhos; era uma gramática de verbos intransitivos, a nossa; fáceis de pronunciar todas as palavras sob a frescura das copas nas tardes de verão; apetece-me comer o verde, dizia-te; e tu, sonhando ainda a um ritmo igual ao meu, sorrias e beijavas-me as mãos...
12 comments:
era tão bom ser teenager inconsciente...
Tudo era diferente... mas igualmente bom!
Muito bom mesmo...
Era mais fácil, sim.
Mas ainda agora tenho sonhos, e imagino castelos e nuvens.
Bom na mesma.
Tão inocente e tão bonito:)))
beijos
Amores de erva fresca a emoldurar uma Primavera que se anuncia. Mesmo que o tempo a funda com o Outono...
abraços, amiga!
Amigo Pirata, achas que me melindrava com uma apreciação vinda de ti? Tens o hábito de dizer o que pensas e é isso mesmo que eu gosto de ler aqui.
A comunhão de ritmos é mais fácil quando há menos termos de comparação. Mas quando se multiplicam e apesar disso encontramos um ritmo semelhante não é magia como as papoilas a crescerem nos campos?
uma época feliz, sempre feliz como senhores e donos do mundo! Gostei e a imagem é linda!
E eu quero lá saber!
Tristes anos em que fazendo bem as contas uma ou duas semanas pareciam uma vida; que a felicidade era tanta que não havia kilómetro ou muro que metesse medo.
Quero lá saber de anos verdes.
Estão verdes, não prestam, nem os cães os podesm tragar.
Um texto com a candura de uma açucena...
CSD
aiiiiiii...quem me dera memórias dessas...
Parabéns adorei a sua maneira de escrever,e muitas vezes me revi nesse episódio, realmente até a maneira de mostrar o Amor era diferente há uns anos atrás,muito diferente, muito melhor, até porque o fruto proibido é sempre o mais apetecido
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