É assim que ela me vê... sempre a fazer de conta, mas a sério:
Anda cansada mulher que se custa a aceitar no lugar, feita de impulsos travados e na pena escritos, pena na mão e pena no lado de dentro do peito, a vida a correr e ela a dar aos meninos a aprender tão cansada que está, mulher flor fechada que se deixa regar aos bocadinhos curtos que são bons demais e podem acabar não se pode deixar apanhar, mulher luar na ponte e no rio e no ventre que foi fecundo, e tanto que dá e deu e dor e lamento e a casa a ficar calada, e a mão na mão dele e o corpo sequioso que precisa de se abrir e rir e deixar ir para longe aquilo que não quer esquecer, mas tem que ser, e vai quer queira ou não um dia deixar a chama ave aprisionada levantar voo para fora do peito.
Post -9
5 months ago
10 comments:
Fantástico e palavras para quê? parabéns à autora!
beijos
Uau!é para já! Esse voo tem de sair!
beijo
CSD
A mão aberta é melhor forma de prender
como às vezes me sinto tu
ou
como às vezes te sinto eu
E uma análise com a qual concordo em muito!
Que bem se escreve e que bem se sente por essas bandas...
"mulher flor fechada que se deixa regar aos bocadinhos curtos"
Esta imagem está deliciosa... mas toda a descrição está muito boa.
;-)*
e obrigado ...a todos
:-)
não posso deixar de achar uma leitura muito interessante da tua pessoa.
Acho que ela percebeu a tua essência ;-)
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