Saturday, October 07, 2006

Apolo em Delfos




Vi-o chegar no dorso de um golfinho, salpicando a pedra das colunas com o aroma das folhas de loureiro. Saiu do rasgo das nuvens e a terra inquietou-se no vapor da rocha sibilina.
Nas águas ondulantes espelhou-se o recorte da nudez e a folhagem murmurava a elegância, entre a timidez e a ousadia dos sussurros. Fechei os olhos a fixar-lhe a forma das feições.
Corriam pela encosta as musas ao som das cordas da cítara. Coros de melodias estremeciam sob a harmonia dos seus dedos.
Vi-lhe a placidez dos gestos na calma com que as mãos dardejavam os raios sagrados do Sol.
Apolo chegava antes dos homens e triunfava no cimo das ruínas.
Em Delfos.


13 comments:

mfc said...

Estou a ver o quadro descrito...
Quando a magia nos invade, tudo é possível.

Anonymous said...

Não foi ao som das cordas, mas ao das tuas palavras, também eu corri com as musas. Estas breves palavras transportaram-me a outros tempos...

~pi said...

um Apolo como o que viste triunfa em todo o tempo e em todos os lugares. aqui, agora.

addiragram said...

Era bom que as minhas fotos tivessem sempre este condão, o de poder inspirar-te!
O meu blog vai ficar enriquecido.
Um beijo para ti.

addiragram said...

Já lá podes dar um salto...

peciscas said...

Passo por aqui num fim de tarde deste Outono que hoje começou por trazer chuva mas agora está a redimir-se com um pôr-de-sol cheio de cambiantes.
Se calhar, foi o momento perfeito, para saborear as tuas palavras e sentir mais intensamente a imagem.
Há momentos de sorte, em que tudo se conjuga, como por magia.

Anonymous said...

já não tenho palavras!

antónio paiva said...

.....pois bem, viajada e inspirada......



Beijinhos e boa semana

Boop said...

:-)
Delfos...

Francisco del Mundo said...

Eu e o Apolo nunca fomos muito à bola uma com o outro... Já o Baco e o Dionísio eram grandes amigos meus...:D

ivamarle said...

por vezes, quando te leio...apetece-me morrer na tua escrita (espero que me entendas)

ivamarle said...

ó Francisco, porque é que somos tão parecidos?

Claudia Sousa Dias said...

CLaro que sim!

Apolo foi sempre o meu favorito, no panteaõ dos deuses gregos.

Não só pela personificação da beleza masculina mas sobretudo pelo apreço em relação à cultura e ao progresso nas artes e belas letras...

Depois vinham claro, a selvagem, bravia e indomável Arthemis e a deslumbrante, irresistível Aphrodite...

Os meus dois arquétipos femininos.

Apolo é o meu ideal masculino.

Sempre foi.

Desde os meus mais tenros anos de adolescente...

Um beijo para ti


CSD