Depois passaram dias, muitos dias, disse eu como só os velhos dizem quando contam histórias que os outonos agigantam; e dos dias passados ficaram memórias aplacadas pelos ventos de todos os quadrantes, sementes perdidas nas dunas a aguardar as gotas de água.
E depois dos dias embrulhados nas memórias, gravados nelas como riscos afundados no lado de dentro da pele, diz o acaso que aos olhos não falta muito para verem a luz dos dias novos; que às mãos está destinado o toque mágico do final do dia e que o beijo é capaz de voar a distância e fazer-se calor no momento da chegada.
Se vieres do lado do mar estarei no cais. Se for ao contrário serei barco. Ao fim de uns dias um e outro encontram-se. Invariavelmente um parte. Ou partem-se os dias, despedaçando-se os sentidos. Não importa. Nada no mundo pode deixar de ter sentido enquanto os dias passam.
Se me disserem que vivo de encantamentos acredito.
Ilusórias são todas as palavras e o que nelas passa a símbolo não é mais do que a construção de quem as lê. Mas a mim que as escrevo e nelas me fascino, não me preocupam os sentidos.
Basta que o dia chegue.
E depois dos dias embrulhados nas memórias, gravados nelas como riscos afundados no lado de dentro da pele, diz o acaso que aos olhos não falta muito para verem a luz dos dias novos; que às mãos está destinado o toque mágico do final do dia e que o beijo é capaz de voar a distância e fazer-se calor no momento da chegada.
Se vieres do lado do mar estarei no cais. Se for ao contrário serei barco. Ao fim de uns dias um e outro encontram-se. Invariavelmente um parte. Ou partem-se os dias, despedaçando-se os sentidos. Não importa. Nada no mundo pode deixar de ter sentido enquanto os dias passam.
Se me disserem que vivo de encantamentos acredito.
Ilusórias são todas as palavras e o que nelas passa a símbolo não é mais do que a construção de quem as lê. Mas a mim que as escrevo e nelas me fascino, não me preocupam os sentidos.
Basta que o dia chegue.
10 comments:
O beijo sei que voa até mim. Só me falta ir em direcção à luz...
Sim, vive-se um dia cada dia... sempre! Não há outras contas a fazer. Ao fim do dia faz-se o inventário e amanhã...volta-se à luta.
tu vives a vida magnífica das palavras e da partilha que elas te permitem! é liiindo!!!
......é! nas palavras se navega, nas palavras se acosta, cada segundo é uma viagem......
Beijinhos
é certo! basta que o dia chegue, os sentidos encarregar-se-ão de acordar de todos os ocasos...
disse-te isso mesmo...viver ao segundo um dia de cada vez e quer queiramos ou não...serão sempre tão diferentes! Gostei muito!
Partem os dias, mas ficam as memórias agarradas às rochas do cais.
Tudo faz sentido,mesmo quando a vida não tem sentido, ou quando navegamos nela sem orientação.
Vejo em si a noção abrangente que a Linguística me ensinou e o estudo da poesia não foi capaz.
Parabéns!
Gabriela
Carpe Diem:)
beijos
Vim cair neste blog por acaso..e estou boquiaberto!
Escrita linda, mesmo!Parabéns:)
cais ou barco... onde quer q se esteja o encontro há-de acontecer. e lá volta um dos dois a partir... pelo prazer de um novo encontro? ;)
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