Tuesday, October 03, 2006

Bilbao



Espelhei-me em vidro robusto, inteira nas convicções, confiante no domínio das palavras. E tudo foi acontecendo, desde os passeios descontraídos que a cidade permitiu, à exibição pública do resultado de esforços entrecortados por deveres quotidianos, meses a fio.
Agosto foi de recolhimento; algumas vezes de desespero; agora é já Outono outra vez, parecendo ter-se cumprido um ciclo de destemperos. Foi por isso o tempo certo para fazer saltar para fora da curva elíptica a natureza graciosa que invento e visto em dias de voz cristalina. Tudo dobrado no recorte da água. Tudo numa sala fechada no espaço mas aberta ao mundo ali presente e às ideias que chegaram até mim como se fosse ainda e só adolescente curiosa.
Venho enriquecida desta viagem à Universidade de Deusto, onde o saber parece forrar as paredes antigas dando-lhes ainda mais imponência. E creio ter enriquecido também o conhecimento dos outros. É tempo de registar sem dramas a chegada do Outono e procurar nele as cores do sucesso.
Não tem de ser o brilho metálico e desalinhado do Guggenheim. Contudo, na irregularidade das linhas e das formas achei a coerência e a beleza que a água espelha.


12 comments:

~pi said...

olá Elipse!

já estava com saudades...

a transparência tem linhas?

Gabriela said...

Só o poeta vê beleza no Outono. Nele só sinto o desterro do Inverno e a sua obrigatória clausura.
Valha-me o sabor das castanhas que não tardam!
Gabriels

Anonymous said...

Tu és uma adolescente curiosa.
;-)

Elipse said...

inverto-te, lucy, dizendo que há transparência nas linhas, dependendo sempre da afinidade entre quem as escreve e quem as lê...
... vou tentando, Gabriela, vou tentando!

E... se conseguisse diria "deus me conserve a adolescência", JP.

mfc said...

Gostei de ler o conforto desta calma que transparece.

ivamarle said...

gosto de te saber de espírito sereno e pronta para passear pelo Outono, como o calor do verão não permitiu...beijos e bem regressada!!

Maria do Rosário Sousa Fardilha said...

quanta serenidade! temos todos que voltar às viagens para nos distanciarmos um pouco do lufa-lufa. bj

wind said...

Serenidade:)
Eu não porque detesto o Outono;)
Linda a foto:-)
beijos

Claudia Sousa Dias said...

A tua caneta transforma em beleza todo o papel que toca em forma de plavras...ou melhor os teus dedos transformam em beleza as teclas do computador!


CSD

Anonymous said...

Sente-se essa tua calmia!

addiragram said...

Parabéns, só. Com um grande abraço.

rui-son said...

Espero que tenho corrido tudo bem.
Eu sou um amante do Outono, das suas cores, da sua vibração, da sua calma,... enfim de tudo.

Acho que é bom todos mantermos para sempre um bocado do espírito de adolescente curioso, faz-nos andar para a frente.