"(...) não é ofício do poeta narrar o que aconteceu; é, sim, o de representar o que poderia acontecer; quer dizer: o que é possível segundo a verosimilhança e a necessidade"
(Aristóteles,Poética)
Monday, January 23, 2006
Não quero ir com o vento...
Venho aqui redimir-me de ter falado em mudanças no post de ontem. Ou antes, estava tudo certo quanto ao rumo porque o pedi de sentido novo. E certo, ainda, porque me apetece soltar as asas e as amarras. As minhas próprias.
Mas não quero ir com o vento quando ele me é imposto! Eu não votei nele!
em pequena obrigavam-me a comer a sopa toda, mas agora sou eu que escolho o que como, sou eu que cozinho o que mais me apetece - sabores diferentes, novos, exóticos, saudáveis, puros...
Já tínhamos uma bandeira de gosto duvidoso, um hino de bradar aos céus e agora um bushezinho a mandar. O nosso negócio do simbólico anda pela hora da morte. País de poetas? Só se for por consequência. Dizem que os poetas medram na miséria...
Como, pois, sereis vós Que me dareis machados, ferramentas, e coragem Para eu derrubar os meus obstáculos?... Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós, E vós amais o que é fácil! Eu amo o Longe e a Miragem, Amo os abismos, as torrentes, os desertos... (...) Ah, que ninguém me dê piedosas intenções! Ninguém me peça definições! Ninguém me diga: "vem por aqui"! A minha vida é um vendaval que se soltou. É uma onda que se alevantou. É um átomo a mais que se animou... Não sei por onde vou, Não sei para onde vou, --- Sei que não vou por aí.
escolhe o teu caminho e a tua companhia, nem que o seu nome seja: Solidão!
10 comments:
Lá estamos de novo com o "Cântico Negro"... não se gosta nunca de se ser conduzido.
Dá sempre vontade de bater o pé!
Nenhum de nós gosta, não é?
Não vás Elipse, fica aqui ca gente :)))
nem eu... mas tenho sempre de comer a sopa que me impõem...
depois tomamos nexium para a digestão... beijinhos...sou eu!
em pequena obrigavam-me a comer a sopa toda, mas agora sou eu que escolho o que como, sou eu que cozinho o que mais me apetece - sabores diferentes, novos, exóticos, saudáveis, puros...
Ninguém gosta, logo só tens de não baixar os braços:)
Já tínhamos uma bandeira de gosto duvidoso, um hino de bradar aos céus e agora um bushezinho a mandar. O nosso negócio do simbólico anda pela hora da morte. País de poetas? Só se for por consequência. Dizem que os poetas medram na miséria...
Também não vou por aí!
Como, pois, sereis vós
Que me dareis machados, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
(...)
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
--- Sei que não vou por aí.
escolhe o teu caminho e a tua companhia, nem que o seu nome seja: Solidão!
Adorei essa do Bushezinho a mandar, Ikivuku!
Eu aqui na minha parvónia não posso mandar farpas desse género senão crucificam-me!
Aqui há tempos quando comentei um filme do Michael Moore no jornal aqui de Famalidog fui insultada do piorio!
Ainda bem que a blogosfera é um espaço de liberdade onde sempre se pode dar o troco na mesma moeda!
Beijinho
CSD
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