Respondi ao desafio...
Costumávamos ficar deitados à beira do Outono
Como se quiséssemos guardar o fermento das palavras
Usávamos a voz na margem das penumbras
Não fossem os deuses acordar zangados
E escrevíamos páginas de silêncios
Sobre folhas engelhadas;
Cruzávamos as mãos sob o declinar do sol
Os corpos fundiam-se com a terra e cheirava a barro fresco
Se chovia molhávamos os lábios depois dos beijos
As folhas inchavam apercebendo-se do calor dos olhos
E no céu, por entre os intervalos da folhagem velha
Os deuses liam-nos as mãos, pausadamente
Determinando as palavras que me dirias
Por entre as linhas descontínuas, quebradas
Éramos presas fáceis depois do fim do verão
Sem tardes de abraço quente à sombra das falésias
Nem passeios de aves
Em silêncio ofereci-te a minha mão
E sobre ela despontaram as sílabas da palavra amor.
Post -9
5 months ago
6 comments:
Um desafio da Maria do Rosário não se pode negar.
É lindo este poema/amor, minha amiga e concorrente... é que tb vou arriscar escrevinhar um...
Olá
Obrigado pela visita, palavras e sugestões.
Efectivamente não me prendo à métrica, porque acho que a poesia ha-de ser solta ( e estou bem acompanhado nesta forma de pensar onde grandes poetas comtemporaneos abandonam a rima e a métrica mesmo quando assumem a forma classica do soneto ). Muitas vezes uso a forma do soneto porque a acho perfeita, duas quadras e dois tercetos onde cabe toda a emoção de um título. Mas nunca preso ao rigor de silabas, porque me prendem e eu sou um ser sem amarras, por natureza.
Abraço
Obrigado, mais uma vez, pelo carinho demonstrado e pela preocupação.
A poesia é assim mesmo, dinâmica, debatível, e não fechada em valores absolutos ou presa a regras de sentir....
Olá (outra vez)
Deixei-lhe um poema no meu blog que lhe é dedicado.´É uma justificação, com carinho e métrica :-)
E quem assim escreve não é gago da alma! Adorei esta sua inspiração! BEijinhos!
Olha que bonito saiu vindo do coração
beijinho
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