foto de Elipse
Já se inclina para mim a melodia
embora o lastro pese ainda, trágico, incómodo, flagelante
e as palavras tenham chuva sobre as sílabas
dizem os poetas que as águas cantam os amores e correm calmas
mas nem sempre as janelas se abrem sobre os jardins;
às vezes o verso é demasiado profundo e cava
a própria natureza grita e as pedras rugem
a lembrar que abaixo há ainda a humana condição
e só depois a madrugada;
ou o uivo das folhas que o vento arrasta antes de derrubar as pontes
e só depois o regaço onde se curam as feridas.
embora o lastro pese ainda, trágico, incómodo, flagelante
e as palavras tenham chuva sobre as sílabas
dizem os poetas que as águas cantam os amores e correm calmas
mas nem sempre as janelas se abrem sobre os jardins;
às vezes o verso é demasiado profundo e cava
a própria natureza grita e as pedras rugem
a lembrar que abaixo há ainda a humana condição
e só depois a madrugada;
ou o uivo das folhas que o vento arrasta antes de derrubar as pontes
e só depois o regaço onde se curam as feridas.
10 comments:
Escreves poucas vezes, mas quando o fazes...
Sim, este poema é magnífico, querida amiga. Gostei imenso.
Um beijo.
e qanto anasiamos nós pelos beijos do zéfiro da Primavera...
csd
Palavras de chuva miúda. Da que escorre nos dias que antecedem Março.
Que o cinzento também é belo :)
a chuva tem destas coisas, além de se confundir em francês, também lava e tb destroi o q lhe impeda a passagem :D
O regaço... a que costumo também chamar colinho, é o lugar onde as angústias (todas elas) se apaziguam.
É acreditando nas rosas que as fazemos desabrochar
Autor: France , Anatole
Vale sempre esperar madrugadas e aguardar regaços .
Um Bj.
Sem palavras. Deixo-me envolver pelos sons. Bem chegada!
Já vi que não escreveste mais nada... pois "nem sempre as janelas se abrem sobre os jardins"...
Querida amiga, bom fim de semana.
Um beijo.
as feridas por vezes demoram a curar, mas encontrarás sempre um regaço nas palavras...
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