Não me dêem flores nem tecidos vermelhos.
As flores envelhecem em jarras depois do momento em que aqueceram as mãos.
As cores vivas alegram as noites e depois gelam, caídas pelo chão.
Antes não as ter …
Prefiro a realidade bruta das palavras, a cólera dos acentos agudizando a voz, o engaste da sílaba na frase espontânea, o gemido abraçado ao frio da madrugada, a banalidade que tilinta suave nos ouvidos, o murmúrio soprado sobre a luz de uma vela, o lugar-comum enraizado no espinho da inquietação ou o dizer acenado no instante da partida.
As flores envelhecem em jarras depois do momento em que aqueceram as mãos.
As cores vivas alegram as noites e depois gelam, caídas pelo chão.
Antes não as ter …
Prefiro a realidade bruta das palavras, a cólera dos acentos agudizando a voz, o engaste da sílaba na frase espontânea, o gemido abraçado ao frio da madrugada, a banalidade que tilinta suave nos ouvidos, o murmúrio soprado sobre a luz de uma vela, o lugar-comum enraizado no espinho da inquietação ou o dizer acenado no instante da partida.
Não há flores que preencham os espaços gelados do silêncio.
15 comments:
Os silêncios
também podem ser floridos
Parabéns ... também pelas flores.
Até os silêncios ... podem trazer calosos perfumes!!!
Parabéns: por todos os textos.
Silenciosamente ... me escondo, em flores!
Tá um gelo: "calorosos" em vez de "calosos"!!!
Por vezes fazem-nos tão bem esses silêncios que valem por mil floreados.
Esses espaços não são para serem preeenchidos. São para termos saudades das coisas boas!
e eu que sempre quis que alguém me oferecesse flores... =)
Nada floresce no gelo...
um beijo
Os espaços gelados e silenciosos não podem ser preenchidos pelas flores. Não gosto do inverno, não gosto do frio nem da chuva e, muito menos dos silêncios gelados sem palavras de conforto.
Beijinhos
HOJE E AMANHÃ
Não são as flores nem os tecidos que substituem o carinho de que tanto gostamos.
Beijo
pois não, minha querida.
Não mesmo.
Um abraço apertado.
CSD
As flores, quando acontecem, são como "palavras em botão".Saibamos guardar, lado a lado, as palavras e as rosas.
Que bonito, e sentido. "Não há flores que preencham os espaços gelados do silêncio"... talvez haja, talvez haja. :)
Estranho!... Nunca havia ouvido falar de Tamara de Lempika. De repente, em dois dias, ela me aparece duas vezes...
Mais estranho ainda, reconheci-a tão logo vi a imagem, tanto me marcou a primeira impressão...
Obrigada pela beleza do post.
ABÇos
Achei tão espetacular que indiquei no diHITT
MDuval, não consigo ter acesso ao seu blog. Pena!
E o que é o diHITT?
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